de Carlos Eduardo Félix

 

 

Há um sorriso contagiante no rosto de Adrieli. Seus olhos brilham. Suas bochechas estão rosadas.

Adrieli é uma jovem de quinze anos de idade. Com muitos sonhos, muitas idéias na cabeça, muita determinação e com uma doença grave.

Quem a vê desta forma não imagina que Adrieli tem câncer. Três vezes por semana ela faz quimioterapia; seus cabelos longos agora são curtos, num de seus braços há uma cicatriz por causa das injeções, e em seu coração, uma vontade imensa de viver.

Conheci Adrieli em um programa de rádio.Eu estava pregando; ela participando por telefone. Marcamos então uma visita em sua casa, onde conheci toda sua família.

Enquanto caminhava para o carro, eu perguntava a Deus porque pessoas boas como Adrieli passam por todo esse sofrimento.

Talvez você também já tenha feito esta pergunta enquanto seu filho de três anos dormia num leito de hospital.

Talvez você tenha feito esta pergunta enquanto chorava diante do caixão do seu cônjuge.

E o que dizer de homens e mulheres que adoram crianças mas, que nunca terão uma para chamá-lo de meu filho.

E o que dizer de crianças que nunca tiveram alguém para chamar de papai ou de mamãe e que nunca receberam um beijo de boa noite antes de dormir.

Há mais de dois mil anos atrás esta pergunta estava sendo feita de forma diferente mas, com o mesmo propósito.

“Mestre, quem pecou este homem ou seus pais, para que ele nascesse cego?” (João 9:2).

Era como se os discípulos dissessem.“Porque acontecem estas coisas com pessoas boas? Foram os seus pais ou ele que fez coisas erradas?”

Como os discípulos, queremos saber; e da mesma forma como Jesus respondeu a eles, vai nos responder agora.

“Nem este homem nem seus pais pecaram, mas isto aconteceu para que a obra de Deus se manifestasse na vida dele”.

Porque uma mãe deixa o médico aplicar uma injeção em seu bebê?

Talvez porque ela saiba que mesmo machucando naquele momento, ele estará protegido amanhã.

Não é isso que Deus faz conosco?

Gabriela é uma garotinha que tem problema com asma. Seu pai, um homem que tem problema com Deus.

Ele não acredita em milagres.Ela espera por um todo dia.

Ele não acredita em orações, por isso nunca orou.Ela nunca deixou de ter fé, por isso ora sempre.

Um certo dia sua saúde piorou, e enquanto eles esperavam o socorro para transportá-la até o hospital, a garota surpreendeu seu pai com um pedido aflito: “Pai, peça a Deus para eu não morrer”.

O pai, relutante no pedido de sua filha, aproximou diante dela, deu-lhe um beijo em sua testa e lhe falou amavelmente: “Vai dar tudo certo filha. A ambulância já esta a caminho. Não se preocupe. Eu estou aqui”.

“Pai, peça a Deus para eu não morrer”, falou mais uma vez a garotinha a seu pai.

Aquele homem ajoelhou-se diante de sua filha, pegou em suas pequeninas mãos e lhe falou: “Vamos orar juntos, filha”.

A oração foi feita, não com palavras eloqüentes, mas com palavras de fé e coração quebrantado.

Dias depois a criança teve alta. A asma que tanto lhe incomodava nunca mais voltou a lhe incomodar, e seu pai nunca mais deixou de dobrar seus joelhos, olhar para o céu e dizer: “Pai”.

Deus é um pai que é definitivamente vidrado em você.

E ele fará de tudo para chamar sua atenção. Você duvida?

Então, é só olhar para um lugar chamado Gólgota, e verá que se há algo que Deus adora fazer é cuidar de seus filhos.

E mesmo que muitas vezes não entendamos o que Deus faz, temos que ter fé em seu amor e acreditar que ele fará de tudo para que possamos ir para casa, não sós, mas com ele.

 

 

 

Copyright © 2005 Carlos Eduardo Félix. Todos os direitos reservados.