de Alan Smith
O poeta judeu e contador de histórias, Noé ben Shea, conta esta parábola:
Depois do jantar, as crianças viraram para o pai Jacó e pediram para ele contar uma história. “Que tipo de história?” perguntou Jacó.
“Sobre um gigante”, clamou as crianças.
Jacó sorriu, se encostou nas pedras aquecidas do lado da lareira, e a voz dele começou com um suave tom de reflexão.
“Certo dia um menino pediu ao pai dele que o levasse para ver o grande desfile que passaria pela aldeia. O pai, lembrando o desfile quando ele mesmo era um menino, logo concordou, e na manhã seguinte ambos partiram juntos.
À medida em que eles chegaram à rota do desfile, as pessoas começaram a empurrar de todos os lados, e a multidão se espremeu. Quando o amontoado de gente se tornou quase uma parede no caminho, o pai levantou o filho e o colocou nos seus ombros.
Logo o desfile começou e à medida em que passou, o menino falou para o pai dele como era maravilhoso e como as cores e imagens eram espetaculares. O menino, na verdade, ficou tão orgulhoso daquilo que ele viu, que ele desprezou os que viram menos, declarando, até mesmo para o pai dele, ‘Se você pudesse ver o que eu vejo’.”
“Mas”, disse Jacó fitando os olhos diretamente nas faces das crianças, “o que o menino não deixou de enxergar foi porque ele conseguiu ver. O que o menino esqueceu foi que uma vez o pai dele, também, pôde ver.”
Então como se ele tivesse terminado a história, Jacó parou de falar.
“É só isso?” indagou uma menina desapontada. “Pensávamos que o senhor ira nos contar uma história sobre um gigante.”
“Mas, eu contei”, disse Jacó. “Eu lhes contei a história de um menino que podia ter sido um gigante.”
“Como?” clamaram as crianças.
“Um gigante”, disse Jacó, “é qualquer um que se lembra que nós todos estamos sentados nos ombros de outros”.
“E o que tornamos se não nos lembrarmos?” perguntou um menino.
“Um fardo” , Jacó respondeu.
Todos nós fomos ricamente abençoados por aqueles que vieram antes de nós. Como membro de uma família, reconheço que tenho avós e pais que, por meio de muito sacrifício e esforço, me deram a oportunidade de fazer coisas que eles sequer podiam sonhar em fazer. Como cidadão, eu tenho uma grande dívida de gratidão àqueles que deram suas vidas pelas liberdades que eu posso desfrutar. E como Cristão, eu olho atrás para tantos outros, tanto em anos recentes, como em tempos bíblicos, que lançaram um fundamento de fé que me encoraja a chegar perto de Deus. Eu oro para nunca esquecer que eu estou sentando nos ombros de outros.
“Uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas.
Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus.” (Hebreus 11:35-28; 12:1-2)
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