de Teresa Bell Kindred

 

 

Quando você é jovem, ela é biscoitos e leite depois da escola.

Ela é o abraço confortante depois de um pesadelo no meio da noite.

Ela é o pano refrescante numa testa febril.

Uma força tranqüila quando você está amedrontada.

Até que você se torna adolescente, daí ela é bisbilhoteira e mandona.

Ela dá conselhos demais.

Ela é velha e desatualizada.

Ela insiste que você vai para a igreja e ora diariamente para que você não se desvia dos princípios que ela lhe ensinou.

Ela é a primeira a se levantar na sua defesa quando alguém lhe critica, e a primeira a lhe falar quando você está errada.

Anos passam. Você é uma mulher jovem e é seu dia de casamento.

Ela é mais que sua mãe; ela é sua amiga e ela se alegra na sua felicidade.

O olhar orgulhoso no rosto dela conta ao mundo o quanto ela lhe ama.

Quando ela se torna avó, os conselhos que ela lhe dava quando você era uma criança, de repente, tomam um novo significado.

Ela nunca cansa de ouvir falar das artimanhas e realizações dos netos dela, e ela se anima em contar as histórias deles a qualquer um que escutará.

Quando ela segura o neto nos braços dela, você vê o mesmo olhar amoroso no rosto dela que estava lá para você quando você era criança.

Mais anos passam e a idade começa a transparecer.

O cabelo dela é agora grisalho e o rosto dela enfileirada com rugas. A vista e audição dela agora falham.

O corpo dela está curvado e o passo inseguro.

Ela é esquecida e franzina e então um dia… ela foi.

Ela é recordações de abraços confortantes no meio da noite, biscoitos e leite depois da escola, o olhar orgulhoso no rosto dela no dia de seu casamento, o jeito amoroso dela quando ela segurou seu filho.

Ela se foi, e no entanto, ela ainda está com você porque quando você olha no espelho, você vê a mulher que ela moldou, como também a menina que ainda deseja correr para os braços confortantes dela.

Agora é a sua vez de fazer as coisas que ela fez, e quando você os faz você se lembra do amor dela e percebe afinal que você descobriu o segredo dela.

Uma mãe é mortal, com imperfeições e falhas.

Ela não pode resolver os problemas do universo, nem pode proteger crianças de todo perigo.

Ela só pode tentar.

Você deseja com todo seu coração que poderia dizer mais uma vez “obrigada”.

E quase dá para ouvi-la sussurrar assim: “Agradeça-me amando seus filhos como eu lhe amei”.

Ela lhe deu algo de valor incalculável, o legado do amor dela.


Para mais reflexões sobre o Dia das Mães, visite a seção de Mensagens do site www.hermeneutica.com.

A versão em inglês deste artigo pode ser visto no site da www.Heartlight.org.


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