de Elizabeth Price

 

 

O motorista evidentemente era apaixonado por trens. Por isso alguém do nosso grupo o perguntou o que o inspirava. Um olhar distante tomou conta do rosto dele e ele nos disse porque.

“Como um menino pequeno, qualquer coisa mecânica me fascinava. No mundo de um menino o motor a vapor era o máximo. Ele tinha ferros de lado que puxavam e empurravam, rodas gigantes que rolavam e podiam arrastar um trem de passageiros a mais de cem quilômetros por hora. Ele tinha enormes cilindros que podiam produzir quase duas mil cavalos de força para grandes cargas de frete. Ele tinha lubrificadores, injetores de vapor, compressores de ar e todo tipo de manivela e engenhoca. O bastante para encher a mente de um menino.”

“Nas sextas feiras a tarde eu e meu avô iríamos para o terminal dos trens. Vovô era fazendeiro. Na sua juventude ele havia usado maquinas à vapor para trabalhar a terra e a paixão pelo vapor estava sempre com ele.”

“O ponto alto da nossa visita era de ver o Expresso Riverina, puxado por uma maquina à vapor da classe trinta e oito. Ambos assistiriam em silêncio, cada um querendo estar guiando aquele trem.”

“Um aceno da tripulação do trem quebraria nossa concentração. A gente ficaria imaginando as aventuras do motorista de um trem daqueles enquanto eles iam embora por aquela longa trilha.”

“Mesmo naquela época, eu sabia que tinha que seguir os sonhos, os meus e o dele.”

Enquanto escutávamos o motorista, dava para ver como o sonho diante dele havia mantido viva a chama da sua inspiração. Um pequeno grupo de afortunados sabem exatamente o que é que mantém viva sua paixão. Paulo estava inspirado porque Deus o havia separado desde nascença para pregar a Cristo (Gálatas 1:15) e o amor havia o constrangido a compartilhar (2 Coríntios 5:14-21). João o Batista foi inspirado porque ele seria “grande diante do Senhor” com um destino previsto mesmo antes de nascer (Lucas 1:15).

Jesus foi escolhido antes da criação do mundo (Apoc 13:8), passou tempo na presença de Deus para reforçar sua paixão (Lucas 5:16), e sua inspiração foi a alegria que seguiria seu sacrifício doloroso (Hebreus 12:2).

Paulo notou que a inspiração de Timóteo veio da sua avó e sua mãe. “…desde a infância, sabes as sagradas letras, que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 3:15)

Mas, ele colocou seu dedo no pulso da inspiração de Timóteo quando ele o exortou a “manter viva a chama” do dom que ele havia recebido de Deus (2 Timóteo 1:5-6). Sendo dotados e chamados por Deus é a base de toda inspiração em nossas vidas. No entanto, é a nossa paixão e determinação de manter viva aquela chama que é o combustível que alimenta a nossa inspiração e leva a luz de Jesus para o mundo.

 

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