de Chris Seidman

 

 

Na sua obra “Aurora Leigh”, a poetisa Elizabeth Barrett Browning escreveu:

A terra está abarrotada do céu, E toda sarça comum acesa com Deus; Mas, apenas aquele que vê tira seus sapatos; Os outros apenas sentem ao redor, colhendo as amoras pretas.

De forma eloquente, Browning constata uma forma curiosamene comum pela qual Deus tem operado na vida de seres humanos por milhares de anos. Ele tem se encoberto nas vestimentas de coisas comuns, eventos e pessoas do nosso dia a dia. A encarnação dele na forma de Jesus Cristo não é o único exemplo, é apenas o mais conhecido. Tanto antes quanto depois que o carpinteiro de Nazaré andou pelos caminhos empoeirados do nosso planeta, Deus tem se engajado na obra de cobrir o extraordrinário com o comum e de usar o comum para nos ensinar sobre o extraordinário.

Ele usou um verme e uma planta para comunicar uma mensagem para o profeta rabugento Jonas. Ele usou um cinto de linho e uma visita à casa do oleiro para ensinar Jeremias. Ele usou até uma jumenta, de tudo que se pode imaginar, para tentar falar algo de bom senso para Balaão. E, quem pode se esquecer de como ele chamou a atenção de Moisés? Foi por meio de uma sarça comum, acesa no meio do deserto, que Deus o chamou.

Um pagão certa vez perguntou a um rabino por que Deus escolheu falar com Moisés por meio da sarça. Ele pensou que Deus teria escolhido falar pelo som ensurdecedor de um trovão e a luz brilhante de um raio do topo de um monte magnifico. O rabino respondeu à dúvida assim, “Foi para lhe ensinar que não há lugar algum na terra onde a glória de Deus não está, nem até mesmo uma humilde sarça.” As coisas, eventos e pessoas comuns do nosso dia a dia frequentemente estão cheios do extraordinário e nos ensinam coisas impressionantes. Tal instrução nunca contradiz a revelação das Escrituras, mas, traz as velhas verdades à luz novamente.

A poetisa Browning reconhecia que é possível perdermos de vista o extraordinário no meio do comum. Muitas vezes não “vemos”, nem “tiramos nossos sapatos”. Em vez disso nós apenas sentamos ao redor do extraordinário “colhendo as amoras pretas”. Paulo escreveu para os fiéis em Éfeso, “Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. Oro também para que os olhos do coração de vocês sejam iluminados…” (Efésios 1:17-18). “No pleno conhecimento dele” – esta é a paixão de um que ama a Deus. É por meio do comum que nosso Pai extraordinário nos busca e interage conosco diariamente. Por esta razão, frequentemente, eu oro para ter os olhos do meu coração abertos para que possa ver O Extraordinário por meio do comum nas coisas, eventos e pessoas do meu dia a dia.


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