de Lou Seckler

 

5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus como Senhor e a nós mesmos como vossos servos, por amor de Jesus. 6 Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo. 7 Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; perplexos, porém não desanimados; 9 perseguidos, porém não desamparados; abatidos, porém não destruídos; 10 levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. (2 Coríntios 4.5-10 ARA)

Em uma viagem para Torreon, México, recentemente, eu conheci Miguel González, um homem que estabeleceu sete igrejas pequenas no estado de Michoacan. O trabalho dele foi realizado entre os índios de Purepecha e ele enfrentou grande resistência. Ele correu de balas e pedras de algumas das pessoas locais que se opõem ao ensino de Cristianismo bíblico naquela área.

 

A história de Miguel é bastante incomum: Um dia no outono de 1992, enquanto ele estava a caminho dos altiplanos de Michoacan, o ônibus em que estava viajando teve um acidente sério que o deixou em coma no hospital. A perna esquerda dele estava muito ferida e teve que ser amputada. Enquanto Miguel ainda estava em coma, o hospital chamou a esposa dele e a filha. Mas, no caminho, houve outro acidente com o ônibus em que estavam, e ambas morreram. Assim quando Miguel finalmente saiu do coma, ele descobriu que tinha perdido não só a perna, mas também sua esposa e filha. Como você pode imaginar, isto foi incrivelmente traumático para Miguel, mas ele achou consolo pregando a palavra de Deus aos índios de Purepecha.

Robert Reid teve pólio enquanto muito jovem, mas isso não o impediu de se formar da faculdade e se mudar para Lisboa, Portugal, para fazer um excelente trabalho para Deus. Robert sentava em um parque público e, da cadeira de rodas dele, oferecia folhetos e orações às pessoas que passavam. O ministério de Robert conseguiu converter várias pessoas em Portugal, especialmente Rosa, uma jovem portuguesa que depois se tornou a esposa dele. Desde que voltou aos Estados Unidos, Robert tem trabalhado na Universidade Cristã de Abilene como conselheiro e encorajador para estudantes jovens, enquanto completa seu Mestrado. Ele pretende voltar a Portugal para retomar seu trabalho missionário ainda este ano.

Um amigo meu, trabalhando pela igreja em outro país passou por uma experiência traumática quando a esposa dele o deixou por outro homem. Mas os líderes da congregação dele lhe pediram que ficasse, e que continuasse a pregar. Ele pregou para aquela congregação ao longo do processo de divórcio, o que era um período difícil para ele. Depois de passar por aquilo, meu amigo concluiu que ele podia melhor alcançar pessoas através de fraqueza e dor, do que através de força e poder. Ele continuou pregando, apesar do obstáculo do sofrimento. E o que ele aprendeu foi que as pessoas estão mais interessadas em sua humanidade do que na sua perfeição.

O apóstolo Paulo nunca escondeu as fraquezas dele, especialmente quando ele escreveu a segunda carta aos Coríntios. Ele lhes fala do famoso “espinho na carne”, que contrabalançava qualquer ostentação que ele pudesse ter pelas visões do céu que ele havia experienciado . Há alguns que dizem que o “espinho” foi causado pelo encontro dele com Deus na Estrada de Damasco (Atos 9), deixando-o cego. Outros dizem que era epilepsia.

Não faz nenhuma diferença o que aquele “espinho” foi na vida de Paulo. A verdade é que, seja o que for, atormentou bastante nosso herói. E a resposta dele para aquele “mensageiro de Satanás” foi de usar aquilo como um trampolim para estender a mão para pessoas imperfeitas.

Um fardo constrangedor pode nos fazer querer esconder isto de todo mundo — nós não queremos sobrecarregar outros com nossa dor. Mas Paulo não escondeu seu problema. Paulo fez as fraquezas dele evidentes e as compartilhou com todo mundo; ele se vangloriou até mesmo sobre isto! (2 Coríntios 12)

O apóstolo sabia quem era o real Autor do trabalho que ele fazia. Quando ele implorou para que Deus removesse o obstáculo, as palavras do Mestre dele não trouxeram muito conforto: “A minha graça te basta.” Em vez de tirar seu fardo, Deus lhe deu força para viver com ele.

Isso manteve Paulo humilde; e o preparou para enfrentar inimigos confiando no poder de Deus. E ainda nos encoraja quando servir a Deus se torna difícil. Se Paulo podia continuar pregando como fez, apesar de seu impedimento, então nós também podemos.

Nós sabemos que o melhor serviço procede de um coração quebrantado e rendido a Cristo. Vamos lembrar sempre as palavras de Paulo: “Quando sou fraco, então, é que sou forte.”

 

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